segunda-feira, 17 de maio de 2010

ENTREVISTA – ADRIANO "No mundo da arte urbana" por Maurício Moysés



















Quando o conheci foi em meados de 2006 ou 2007, apresentado por Marcos Novais, pois sempre que era publicada uma nova edição do informativo: Guerrilha DCI eu passava na Rua 2 para a divulgação rotineira e lá encontrava-o com um olhar sereno mas ao mesmo tempo esperto. Sempre fazendo algo, vendendo sua arte ou produzindo-as. Mas me chamou atenção quando esteve mais presente no Sarau Canários, declamava fortes poesias de escritores inteligentes, até revelar o seu dom com a pintura. Telas construídas com tinta em spray. Muito belo muito loko, uma viagem sem fim a cada imagem.
Pessoas como Adriano jovem de 33 anos morador do Adalberto Roxo, bairro de periferia que vivem no submundo e muitas vezes são engolidas pelos prédios do centro e acabam ficando na sombra. Assim como tive o prazer de conhecê-lo gostaria que você leitor também o conhecesse.

1. Quando descobriu o seu talento para arte?

Foi natural, eu já gostava da arte gostava de mexer com papel com desenho, desmontar brinquedos. Naturalmente! Fui vendo com os amigos os primos, começamos tudo assim, juntos por esse lado, como forma de ganhar alguma coisa.

2. Quais as suas influências?

Várias delas, indígenas, a idade média, trabalhos medievais.

3. Qual o seu ponto de vista sobre as atividades culturais da cidade?

O pessoal não tem interesse cultural. Rola mais com o pessoal da periferia, eles fazem alguma coisa.

4. Porque muitas vezes a arte independente não tem valor?

Tipo assim... Pelo sistema intervir nisso, em não divulgar a arte que vêm do povo.

5. Como é vender na rua?

Existe preconceito ta ligado! Muitas pessoas marginalizam, julgam a pessoa e tiram um ponto de vista que não é. Mas dá pra sobreviver, não ganha muito, mas dá pra levar assim. A gente trabalha pra caramba também, muita gente vê pensa que ta ali parado sem fazer nada, mas se for ver a vida do artesão que ta na rua, eles trabalham 24 horas. Produzindo e correndo atrás do dinheiro.

6. Indique um livro, um filme e uma música.

Pô não sou muito de ler, agora não dá pra responde. A música também, eu ouço, mas não guardo muito bem quem é. Nação Zumbi tem muita coisa cara! Rock Nacional, Internacional, tem muitos estilos.

7. Observo que em suas obras com a pintura você sempre evoca a planetas e natureza juntas, existe um propósito?

Eu não quero passar alguma coisa, faço mais porque eu gosto, gosto de natureza de coisas diferentes. Agora a pessoa quê viaja, tipo assim nada político, mais natural, liberdade.



 8. Já era de esperar a relação de um país tropical como o Brasil estar sob essas catástrofes ecológicas, decorrente de um clima desequilibrado. Qual é o seu sentimento perante essa situação?

Tristeza, o homem mesmo tá causando isso, com a ganância ele é cego e destrói. Somente com educação, conscientizações de verdade podem reverter isso. Ensinar os pequenos, não deixar contaminar as crianças.

9. Considerações finais.

Olha as pessoas... Elas andam porque tem que andar, não é porque elas querem, senão não estariam assim nessa manipulação. As pessoas têm que se aproximar mais, se interessar mais umas pelas outras e deixar de ter medo. Nada está perdido.

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