Quando o conheci foi em meados de 2006 ou 2007, apresentado por Marcos Novais, pois sempre que era publicada uma nova edição do informativo: Guerrilha DCI eu passava na Rua 2 para a divulgação rotineira e lá encontrava-o com um olhar sereno mas ao mesmo tempo esperto. Sempre fazendo algo, vendendo sua arte ou produzindo-as. Mas me chamou atenção quando esteve mais presente no Sarau Canários, declamava fortes poesias de escritores inteligentes, até revelar o seu dom com a pintura. Telas construídas com tinta em spray. Muito belo muito loko, uma viagem sem fim a cada imagem.
Pessoas como Adriano jovem de 33 anos morador do Adalberto Roxo, bairro de periferia que vivem no submundo e muitas vezes são engolidas pelos prédios do centro e acabam ficando na sombra. Assim como tive o prazer de conhecê-lo gostaria que você leitor também o conhecesse.
1. Quando descobriu o seu talento para arte?
2. Quais as suas influências?
Várias delas, indígenas, a idade média, trabalhos medievais.
3. Qual o seu ponto de vista sobre as atividades culturais da cidade?
O pessoal não tem interesse cultural. Rola mais com o pessoal da periferia, eles fazem alguma coisa.
4. Porque muitas vezes a arte independente não tem valor?
Tipo assim... Pelo sistema intervir nisso, em não divulgar a arte que vêm do povo.
5. Como é vender na rua?
Existe preconceito ta ligado! Muitas pessoas marginalizam, julgam a pessoa e tiram um ponto de vista que não é. Mas dá pra sobreviver, não ganha muito, mas dá pra levar assim. A gente trabalha pra caramba também, muita gente vê pensa que ta ali parado sem fazer nada, mas se for ver a vida do artesão que ta na rua, eles trabalham 24 horas. Produzindo e correndo atrás do dinheiro.
6. Indique um livro, um filme e uma música.
Pô não sou muito de ler, agora não dá pra responde. A música também, eu ouço, mas não guardo muito bem quem é. Nação Zumbi tem muita coisa cara! Rock Nacional, Internacional, tem muitos estilos.
7. Observo que em suas obras com a pintura você sempre evoca a planetas e natureza juntas, existe um propósito?
Eu não quero passar alguma coisa, faço mais porque eu gosto, gosto de natureza de coisas diferentes. Agora a pessoa quê viaja, tipo assim nada político, mais natural, liberdade.
8. Já era de esperar a relação de um país tropical como o Brasil estar sob essas catástrofes ecológicas, decorrente de um clima desequilibrado. Qual é o seu sentimento perante essa situação?
Tristeza, o homem mesmo tá causando isso, com a ganância ele é cego e destrói. Somente com educação, conscientizações de verdade podem reverter isso. Ensinar os pequenos, não deixar contaminar as crianças.
9. Considerações finais.
Olha as pessoas... Elas andam porque tem que andar, não é porque elas querem, senão não estariam assim nessa manipulação. As pessoas têm que se aproximar mais, se interessar mais umas pelas outras e deixar de ter medo. Nada está perdido.
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