segunda-feira, 17 de maio de 2010

ELEFANTE DISTRAÍDO por Marcos Leal estudante do curso de Ciências Sociais da UNESP-Araraquara

No fim do caminho havia uma escada
E as arvores que tagarelavam entre si

Maledicências contra o vento

Que as pintava em nu

Outono pleno



Havia uma escada no fim e um caminho

Por onde os meninos magrelos iam perdidos

E sorriam bonitamente comendo flores que caíam

Voando em suas bicicletas e suas idéias de pombo



Pingo a pingo a chuva era pinga e bobagem

Vontades e fins de tardes com açúcar

E o diabo sorria pras moças no escuro

Os olhos pululantes de bundas

Os chifres ranzinzas da velhice

O rabo acuado e o assovio tarado



As moças

Ah! as moças

Não gostavam disto, olhavam ruinmente

Mas iam na sua morenice noite

As paixões e a calma entre as pernas

Compartilhar as tontices dos meninos

Na escada que havia no fim do caminho

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