quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Marcha MST em Araraquara, quinta-feira 10/12



O MST (Movimento dos trabalhadores sem Terra), em conjunto com PSOL, PSTU, MTST, FORUM DE MOBILIZAÇÃO SOCIALISTA e diversos grupos populares da região de Araraquara, estão convocando todos os lutadores sociais para participar da "MARCHA DO MST ATE A CUTRALE", que sera realizada em Araraquara nesta quita-feira (10). Esta atividade faz parte da agenda nacional do MST por TERRA para morar, trabalhar e produzir, ALIMENTOS variados, livres de agrotóxicos, frescos e baratos e TRABALHO bem pago, com carteira assinada e segurança


Vamos todos somar nesta luta.

Abaixo segue um artigo da Silvana Beatriz Adoue, professora da ENFF (Escola Nacional Florestan Fernandes) e da Unesp/Araraquara.

Concentração: Praça Santa Cruz (centro de Araraquara)
Horário: 9h30
Marcha: saida às 10h00


OS VÂNDALOS JÁ ESTÃO AQUI por Silvia Beatriz Adoue (professora da ENFF - Escola Nacional Florestan Fernandes e da Unesp/Araraquara).


Em setembro deste ano, no município de Iaras, trabalhadores rurais sem terra ousaram ocupar terras públicas apropriadas por uma grande empresa privada, a Cutrale, que controla 30% do mercado mundial de suco de laranja. Os sem terra limparam uma parte do terreno para fazer um roçado de feijão. Por isso foram acusados de vandalismo.
Mas, quem eram os vândalos? Aquele povo germânico apoiou as revoltas de escravos que trabalhavam nos latifúndios do Império Romano, quando quase todos os povos germânicos que viviam nas fronteiras da Roma imperial serviam de tropa mercenária para esmagar os anti-escravistas. Por essa ousadia, hoje, vandalismo é sinônimo de ação destrutiva e irracional, de violência descontrolada.
É muito curiosa a história das palavras. Elas envelhecem conservando, nas rugas que os acontecimentos deixaram marcadas na sua pele, significados ocultos, insuspeitados pelos seus portadores do presente. Eis que a palavra, que na boca dos que a pronunciam pretende ser insulto, recupera hoje algo do seu sentido original.
Bem no coração de Iaras, a Escola Popular Rosa Luxemburgo cresce no meio aos assentamentos. Um biodigestor em construção e uma horta em forma de mandala são sala de aula para que os futuros agrônomos aprendam a produzir uma variedade de cultivos com técnicas que dispensam agrotóxicos, imprescindíveis na produção em grande escala de um cultivo só.
Na beira da estrada centos de famílias acampadas acenam para os passantes e para o porvir em que possam proteger essa terra do estrago do monocultivo, para que ela seja morada e fonte de alimentos para suas famílias e para todos os brasileiros.
Estes novos vândalos não precisam de intérpretes e nem de porta-vozes. Nesta quinta-feira, eles vêm para Araraquara explicar suas razões para cometer a ousadia de se opor aos romanos de hoje.

"Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo." Karl Marx