domingo, 3 de abril de 2011

Centro Afro recebe o nome de Mestre Jorge

Em homenagem ao escultor araraquarense Mestre Jorge, morto em novembro passado, aos 78 anos, o Centro de Referência Afro passa a ser oficialmente denominado Centro de Referência Afro Jorge Brandão Coutinho "Mestre Jorge".

A solenidade de nomeação oficial será nesta segunda-feira, às 20 horas, no próprio Centro, localizado na Avenida Duque de Caxias, nº 660, no Centro da cidade.

A cerimônia é aberta ao público e contará com um discurso de Josmar Coutinho, um dos filhos do artista. Ao lado da placa de homenagem serão expostas fotos de Mestre Jorge, assim como algumas de suas peças. Esses itens ficarão no local por apenas uma semana.

De acordo com Alessandra Laurindo, coordenadora do Centro Afro, a escolha do artista para batizar o local não tem caráter de homenagem póstuma e foi apenas uma coincidência.

"Estávamos, em novembro, no meio do processo de escolha do nome do Centro quando, infelizmente, Mestre Jorge faleceu. A sugestão de seu nome recebeu aprovação unânime. Sua contribuição para a cidade, assim como a valorização da figura do negro é digna dessa homenagem", explica Alessandra.

A coordenadora explica que, mesmo com o batismo do Centro com o nome de Mestre Jorge, nenhuma das esculturas do artista se ‘mudará’ para o local. "A família pretende montar um memorial na casa onde Mestre Jorge vivia", revela Alessandra.

Nascido em 1932, Jorge Brandão Coutinho era um expoente da cultura em Araraquara. Enquanto era funcionário da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e no Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Jorge, paralelamente, dedicava-se às atividades culturais.

Em 1990, quando se aposentou, passou a destinar todo o seu tempo à escultura. Autodidata, ele produziu mais de 400 obras, num trabalho artístico marcado pela observação e reprodução de cenas do cotidiano, personagens da cultura popular e referências sacras.

Em seu acervo, guardado na casa simples em que morava, no bairro São José, há esculturas de festas juninas, rodas de capoeira, pretos velhos, coretos, bombeiros, bailes populares, lavadeiras, crianças brincando na rua, indígenas e trabalhadores do Movimento Sem Terra (MST), entre tantos outros temas.
PRA SEMPRE MESTRE JORGE!

fonte: araraquara.com

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