terça-feira, 24 de março de 2009

Guerrilha D.C.I. - Especial 2 anos:

Antes de tudo queremos agradecer a todos os GUERREIROS & GUERREIRAS leitores do blog/informativo Guerrilha DCI. Nesse mês de março completamos 2 anos de luta suburbana, e pra deixar completa essa comemoração entrevistamos os parceiros do Programa MISTURA FINA (Radio Brasil FM 104,9), música da melhor qualidade, que também comemora 2 anos de informação no ar, apresentado por Ziza e Vinícius.

MISTURA FINA por Mauro Moysés

Anos 70 auge da geração em uma revolução musical enraizada no Estados Unidos com os balanços de soul, funk, e outros vindo importado de outros países principalmente da África nos cortes de cabelo, algumas roupas coloridas enfim, uma reviravolta em um país que vivia a trágica ditadura local.
Nesse espaço conhecemos José Carlos um rapaz franzino de pele negra de estatura de mais ou menos um metro e sessenta, ágil, sorridente bastante brincalhão encantava-nos com seu jeito de expressar retorcendo o corpo lançando um grito ao terminar uma graça. Você sendo homenageado hoje então vou lembrar da Academia do Samba na avenida quinze de novembro. Ali com certeza foi um dos seus melhores momentos de sua vida, lembra do soul, do reagge, o samba-rock e até mesmo o guti-guti o maior barato. Foi bacana hein, Jose Carlos, se aquela praça falasse quantas travessuras aconteceram ali. Os maiôs, os foras, cada nêga que parecia uma princesa com seus trajes elegantes, cabelos com laquê, chapinha e o desodorante Lancaster. Época do romantismo, pra pegar na mão da nêga tinha que ter o maior xaveco pra dar um beijo, era dia e dias na tentativa de conquistar a nêga.
Sei que sua mente nesse momento esta navegando, tinha muitas aventuras, a gente curtia, vibrava ajudando uns aos outros com uma amizade pura tanto é que os anos se passaram ficamos das antigas, mais nossos laços de amizade permanece.
Agora vou lembrar da mureta no Bar do Pico onde reuníamos de segunda à sexta-feira comentando os bons momentos do fim de semana e planejando em qual goma teria à brincadeira dançante onde a galera levava os discos de vinil embaixo do braço, entre eles, Marvin Gaye, Al Green, Billy Paul e outros. Também os nacionais como Tim Maia, Jorge Ben, Benito de Paula, o espaço é curto mas faz a mente viajar.
Nosso time de futebol só de negada o temível Treze de Maio não perdíamos de ninguém na cidade, até que passamos a jogar nas fazendas e em outras cidades, pois em Araraquara ficou difícil achar time para nos enfrentar.
Por hora, é, vai navegando sua mente como muitos de nossa geração que hoje curte CD, DVD, MP3 e computador, mas eles não podem esquecer que nós os geramos dando educação, carinho e saúde como seu filho e o meu, temos orgulho de seus comportamentos e estamos felizes por saber que somos vitoriosos, resistimos à ditadura, à pobreza, as dificuldades e que eles se espelham no que somos. Legal esta, de restaurar os da antiga da fase 70 inicio de 80 com seu baú do ZIZA e conseqüentemente MISTURA FINA. Não desista, insista que Deus nos deu inteligência para suprir à sabedoria, nunca devemos ficar na retranca senão, não vamos fazer um gol e ganhar o jogo.
Que Deus quebre os seus obstáculos que serão muitos até que eles irão dizer: O ZIZA venceu novamente!

Mauro Moysés


"A partir de agora na Brasil FM o melhor da Black Music" introduz a vinheta, na seqüência já toca o telefone, o que é muito freqüente ao decorrer do programa que abrangeu um grande número de ouvintes.
"HELLOU CRAZY PEOPLE esse que voz fala é o Ziza", iniciando o programa...
"Mistura Fina é a realidade que vemos, é a liberdade de introduzir o blues o jazz a melodia o samba-rock e introduzir tudo isso aí pra dentro da rádio é o que agente vem conseguindo com muita força de vontade, graças a Deus a gente tem uma boa recepção na rua em relação ao Mistura Fina, tentamos levar o melhor da black music englobando tudo, nós tocamos de Jimmy Hendrix a James Brown, musica negra é isso, musica negra é o Mistura Fina", explica Ziza.
Pesei na questão da evolução e o movimento social, Vinícius esclareceu bem o tema, "Nós somos seres humanos, não podemos esquecer as nossas raízes, isso que nos fortalece, no movimento antigo eu tinha 12 anos e ia pros bailes, curtia de boa Black Mad, Zimbábue, aqui em Araraquara o Tobias, naquela época se podia curtir sem violência, hoje a molecada curte de outra forma, droga, arma... Não que seja só isso tem uma rapaziada de boa, mas tá mais violento sim, do que antigamente. Quanto ao trabalho social devemos nos engajar pra poder facilitar a vida do próximo, falta educação, saúde, trabalho digno. Fazer um trabalho de conscientização, e tentar um aprimoramento pessoal e espiritual, o conhecimento é muito importante".
"Meu sonho sempre foi poder tocar as músicas que eu posso, hoje com 52 anos eu vejo que isso é possível, antes nós nos reunimos nas casas, agente ia na praça da Stª Cruz e tinha novena, quando acabava lá pras nove horas da noite nós íamos pra Academia e ficávamos até uma ou duas horas da manhã. Eu fui criando um hábito bom, relacionado a música, tive um espaço na UNIARA com o Tadeu com o Soul Negro e eu tenho uma ramificação lá. Quando apareceu a possibilidade de poder tocar as músicas de quando eu namorava, isso a 35 anos atrás, hoje eu tô fazendo isso tocando as mesmas músicas." Relembra Ziza e em seguida revela o seu objetivo... "A gente veio pra cá (Radio Brasil) com um propósito e a gente tá atingindo, é de tocar a musica negra a música black numa rádio que a gente tem a liberdade... A gente tá engatinhado ainda temos apenas 2 anos estamos num trabalho forçado buscando a qualidade. A minha sensibilidade bate direitinho com o que eu ouço das pessoas na rua eu toco o que as pessoas gostam e é o que eu gosto".
O programa faz algumas pausas para a apresentação do apoio cultural dos patrocinadores, o programa recebe vários convidados, no dia da entrevista (28/02/2009) estavam presentes a Patrícia e a Alessandra (Centro de Referência Afro), momento no qual acontece as mais variadas discussões abordando os mais variados temas gerando uma troca de conhecimentos.
Pergunto pro Ziza qual é a missão do Mistura Fina..."A missão do Mistura Fina é levar entretenimento, é levar a qualidade da música, é levar uma boa música pras pessoas, cara, a gente tá no telefone aqui, a gente tá tendo uma recepção muito grande, hoje eu tô tendo uma visão mais clara das coisas, agente não faz pra crescer pra fora isso já vem da gente. O Vinícius... A gente sempre tocou, ele tinha 16 anos quando a gente fez uma festa em São Carlos, depois nunca mais nos separamos, as pessoas vêem pai e filho é meio metódico. FAZER O BEM SEM VER A QUEM, e o Mistura Fina é isso aí".
Agradecimentos finais: "Muito obrigado, agente agradece muito pela paciência, o importante não é o dinheiro, não é poder, aquisição, o importante é a amizade é coisa do coração, coisa de pele mesmo entendeu, onde tem respeito, onde tem amor, tem dignidade, não há quem breque isso aí. Muito obrigado!". Finaliza Ziza.

Entrevista por Maurício (Mentes Urbanas D.C.I.)

Iago: "- Juventude inteligente"
Vinícius

Ziza


Olha o progresso...

Alessandra (Centro de Referência Afro) e Patrícia


Programa
MISTURA FINA (Radio Brasil FM 104,9)

Das 19:00h ás 21:00h

Fone: 3331-1049



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