Ouço estrondos medonhos
E vejo pássaros metálicos
Rompendo a barreira do som
Mensageiros do medo
Assobiam em meus ouvidos
Tenebrosas canções
Voam sobre compôs floridos
Botando ovos brilhantes
Dos quais brotam cogumelos venenosos
Que devoram os que correm em direção ao sol nascente
Pássaros metálicos
Que usam suas garras medonhas
Para dilacerar pombas brancas
Insistentes em voar sobre o planeta
Pássaros metálicos
Que tingem de sangue
As areias do Iraque
As montanhas do Afeganistão
Pássaros metálicos
Que enchem de dor
As selvas imensamente verdes
Da América Latina
Pássaros metálicos
Que levam em seus bicos
O majestoso símbolo do Imperialismo
Mas eis que um dia cessarão
Pois já mais verão bandeiras brancas
Acenadas em sinal de rendição
Os filhos das terras que estão sendo dizimadas
Se levantarão
E serão uma só nação
Irmanados na luta contra a opressão
Formarão a guerrilha da liberdade
E libertarão a humanidade
Ademais, pássaros metálicos
Não se esqueçam do Vietnã
De Hiroshima
E de muitos, muitos outros.
Marcos Novaes é poeta, artesão e integrante do MTST (Movimento dos trabalhadores Sem Teto) em Araraquara-SP.
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