quarta-feira, 3 de julho de 2013

O RAP E A POESIA (parte II) por Sérgio Vaz


O RAP e literatura da periferia há tempos vem falando de todos esses problemas que hoje viraram pauta nas manifestações deste país.
Quando o sofredor fala ninguém da ouvidos.
Lembra?
“É som de preto, de favelado, mas quando toca ninguém fica parado.” (Amilcka e Chocolate)
“Pois é, assim que é” diria o RZO dentro do TREM.
O Racionais MC´s falou que daria um filme, mas deram vários. Inclusive Cidade de Deus, o melhor de todos. PERIFATIVIDADE total.
Em tempos de preconceito explícito, não é fácil ser homem de aço no Brasil (DMN) para os MANOS E AS MINAS (Xis). Se não ficar esperto é POW e PAH, PEI.
É sobre isso que a gente canta e escreve: sobre o homem na estrada em busca de UM BOM LUGAR (Sabotage).
E aí, colocaram FOGO NO PAVIO (GOG) ou FOGO NA BOMBA( De menos crime)? A REALIDADE É CRUEL no CAPÃO PECADO (Ferréz), ou para qualquer SUBURBANO CONVICTO (Buzo).
COLECIONADOR DE PEDRAS (Sergio Vaz) ou não, os saraus de poesia que se espalharam pela periferia, mostraram que não estamos aqui DE PASSAGEM, MAS NÃO A PASSEIO (Dinha).
É o fino da Poesia, é o FINO DU RAP, é nóis TRAFICANDO INFORMAÇÃO (MV Bill). No RAP é CADA GÊNIO DO BECO rimando na SLIM RIMOGRAFIA que a CONEXÃO DO MORRO não para.
Através da VERSÃO POPULAR fomos criando nossa CONSCIÊNCIA HUMANA que o movimento é pra todos, pro G pro H pro I e PROJOTA. Essa é minha VISÃO DE RUA AO CUBO.
ATITUDE FEMININA não falta, FLORA MATOS.
Não tem coisa melhor do mundo que recitar poesia ouvindo a TRILHA SONORA DO GUETO, porque a periferia é e sempre foi a FACÇÃO CENTRAL do bagulho.
EM PUNGA (Akins e Elizandra Mjiba) deram o recado, a RAPADURA é doce, mas não é mole.
Essa poesia sempre percorreu a VIELA 17 e as favelas ao lado do oprimido, ao lado do povo, na luta contra o racismo, o RAP é a música que está perguntando: “Como vai seu mundo?” (Dexter).
Não temos o CORPO FECHADO (Thaíde e Dj HUM), mas também não temos medo, somos o ELO EM BRASA, tanto faz no interior ou na ADEMAR, porque luta sem estratégia é rifa, a gente sabe disso no BINHO ou na COOPERIFA, somos POTENCIAL 3, na primeira potência. É poesia, é CRÔNICA é romance, literatura na veia.
DETENTOS DO RAP, não na vida, esse é o lema dessa literatura.
Somos brancos, índios, mameluco, essa nação é ZÁFRICA BRASIL, porra!
E o CRIOLO está cansado de ser estatística de chacina, EMICIDA, não homicídio, entendeu? SOMOS NÓS A JUSTIÇA. KSL ou NSN?
“DEUS, OLHAI OS FILHOS DA PERIFERIA (N Dee Naldinho), mas é bom a gente ficar de olho também.
Poesia é INQUÉRITO, morô? O Bagulho não é mínimo, é MAX B.O. Porque “Evoluir crescer” (Tati botelho) é fundamental. Se gostar e passar kAMAU, chama o DOCTOR MC´S porque vai ficar NEGREDO quando DBS e a quadrilha dominar o ritmo e a poesia. Nessa TERRA PRETA onde DOM PIXOTE viu moinhos e dragões, o RAP É COMPROMISSO NÃO É VIAGEM e RESPEITO É PRA QUEM TEM (Sabotage).
Não adianta julgar, O JUÍZ MAIS JUSTO É O TEMPO (Detentos do RAP).



Sérgio Vaz poeta da periferia

Nenhum comentário: