A descoberta e desenvolvimento de novas tecnologias não têm servido ao homem como se anunciava. A promessa era de diminuir o tempo de trabalho que tomava a maior parte de nossa vida. Mais tempo para lazer e diversão. Tempo para reflexão, estudo, pesquisa, capacitações e autoconhecimento. Tempo e dinheiro para gastamos mais livremente, passear, viajar, conhecer...
Mas os anos se passaram e o que vai acontecendo é que nosso tempo parece que diminuiu mais ainda. Nosso esforço tem que ser maior a cada dia. Aquela conversa de matar um leão por dia já não é tão literal assim. O emprego fixo com todos os benefícios trabalhistas, como férias, 13º terceiro, estabilidade de emprego, indenização por demissão, plano de saúde, seguro acidente e desemprego, aposentadoria, participação nos lucros da empresa, vai se findando. As contratações hoje são por tarefa. Acabou o que havia a fazer; acabou o vínculo empregatício.
Mas a necessidade de trabalhar para garantir a sobrevivência continua e até aumenta, com a crise nos salários. Muita gente tem dois e até três empregos. O que parecia inconcebível há poucos anos atrás.
O medo do desemprego é cada vez maior. Um fantasma a nos seguir. De repente vira pânico. Qualquer um de nós pode receber essa condenação. Ficar sem trabalho é quase como ser morto. Sofremos até preconceito. As pessoas nos evitam e batem três vezes na madeira ao falarem de nós. Porque não há alternativas. É estar empregado ou não ser nada. É preciso agradecer efusivamente o empresário que nos emprega por um salário que mal dá para cobrir nossos gastos.
Encontrar trabalho e conservá-lo é tarefa árdua que nos toma todo nosso tempo. Todo mundo faz hora extra ou dá uma “puxadinha de saco” chegando mais cedo ou saindo mais tarde. Tempo livre gera medo porque é tempo que não foi transformado em dinheiro. O tempo atrelou-se ao dinheiro definitivamente. Estudamos somente especializações, graduações para currículo, para trabalhar e ganhar mais dinheiro. Que, em tese, seria para termos mais tempo para nós...
A tecnologia, como foi prometido, não libertou o homem da servidão e da necessidade do trabalho coisíssima nenhuma, infelizmente, como outras tantas promessas. Perigas até haver prendido mais e causado mais necessidades ainda.
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