sexta-feira, 18 de novembro de 2011

VEJO-ME POUCO NO ESPELHO por Preto Cria


Você sabe a origem e a importância do espelho? Ele é proveniente de uma antiga civilização egípcia onde seu valor está diretamente relacionado à vaidade, o olhar, o avaliar e se conhecer.

A mídia formadora de opiniões e manipuladora da cultura de massas é o grande espelho do mundo, mas, infelizmente ainda é controlada por pessoas fincadas em valores da Europa. Sendo assim, se eu não me vejo eu não sou nada e se eu não sou nada ninguém se importa comigo. A invisibilidade do negro na mídia é um dos maiores instrumentos para perpetuar o preconceito e racismo no Brasil.

Devido à escravidão de ontem e a falsa democracia racial do presente, os negros foram submetidos a um processo de inferiorização. E a postura da mídia? Não se responsabiliza pelos erros históricos e relaciona a imagem do negro a estereótipos negativos. Os afro-convenientes com sorriso no rosto declamam “Estamos na mídia!”

Por outro lado uma visibilidade positiva do negro em todos os meios de comunicação permite aos nossos descendentes um reconhecimento de líderes, representantes, heróis e mitos negros. Favorece também a busca e o encontro com o próprio “eu” e uma identidade esclarecida. Se o jovem negro não for estimulado a conhecer suas raízes ele terá orgulho de que e de quem? 

Século 21 acredito que estamos caminhando nos tímidos primeiros passos. Há sim uma maior prosperidade de ascensão social no requisito música e esporte. Porém convivemos com essa expectativa em modalidades ainda limitadas. Há sim desafios maiores para serem resolvidos – v i s i b i l i d a d e  do negro em amplos segmentos musicais: modelos, juízes, empresários, astronautas negros e negras.

Cada afro descendente infiltrado na mídia o grande espelho do mundo têm de assumir o papel de reproduzir positivamente a arte, a cultura e a educação. Assim, com passar dos séculos, às gerações futuras se orgulharão ainda mais de suas origens ligadas com a mãe África.

Nós, como segunda maior nação negra do mundo temos muito que fazer e muito que aprender. Vamos aglomerar um exército de cabeças conscientes empenhadas no desenvolvimento de um trabalho de proximidade entre os nossos iguais, conhecimento das virtudes da negritude e o respeito à diversidade na busca de uma transformação social. E que essas e outras alternativas virem hábitos em nossas vidas e assim perceberemos a preciosidade que somos.

Axé!

Retirado do Portal RAP Nacional:

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