“A morte não iguala ninguém, há caveiras que têm todos os dentes.”
Mario Quintana
I
As palavras ferem levemente
Muito de leve
Em horas distraídas de vida
Em que a alma atônita
Vaga perdida.
II
Tua ausência esta no ar
No abrir de portas e janelas
No que tenho de fechar os olhos
Para te ver.
III
A prisão é um mundo estilhaçado
De homens quebrados
Corações abandonados
Que se inscreveram em pedra
Como túmulos.
IV
Matei meu olhar
Para não mais ver
O que não possa amar.
V
A dor, inteira como pedra
Ao tempo que sólida
Como uma mão fechada.
VI
Meus naufrágios trazem à tona
Mares montantes onde tentei equilibrar
Mesmo que amarrado a mastros e gáveas
Para tomar todo céu que me faltava
E continuar minha rude existência
VII
Nunca houve bons tempos
Todos os tempos são únicos e iguais
Ao mesmo tempo.
VIII
De repente tudo era cenário
E não se via mais nada
Nem palco, nem salão, nem escuridão
Tudo era representação.
IX
No fluxo de sua vida desordenada
Caótica, subversiva por vezes
O homem é o instante
Onde a vida, em vão
Se ilumina.
X
Futuros são curtos
Desaparecem
Deixam apenas o interminável presente
Sem surpresas, numa sucessão de dias
Que se emendam.
15/12/2009.
2 comentários:
Vim ver, vi e curti essa parada aqui. Que tudo dê certo pra vocês!
AMO poesias.
hehe,
gostei do post.
entre nu meu blog e comente, mande opinioes para nos que estaremos postando sobre o que quizer.
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